(...)Escrevo-te porque perdi todos os escrúpulos. Ardem-me os lábios do sal da água do mar que bebi para colmatar ainda mais a minha loucura. Há três meses e oito dias que impeço as velas do teu quarto de se apagarem. Tenho medo de que, quando se forem, tu nunca mais voltes, e eu te passe a ver apenas em tiras de filme que se assemelham a recordações. Se ao menos tivesses saudades das violetas que crescem no canteiro da quarta janela da sala, o drama aqui dentro destas quatro paredes seria menor.
(...)A Juliana perguntou por ti outra vez no outro dia. Ahaha, disse-lhe que estavas a entrar para um avião da última vez que ligaste, mas que a conecção era tão má que nem tiveste tempo de lhe dizer duas ou três palavras. Desta vez não chorou. Costuma-me pedir, ao invés, para ler as cartas que nos escreves. Magdalena, como gostas de ser chamada, não posso continuar a mentir-lhe, entendes? Tens de regressar, antes que a vela apague sem eu dar por isso.
Com amor, do teu único irmão.
4 comentários:
está muito bonita a carta ^^,
Gostei das palavras da carta!
Deveras bonita. :'D
Beijinho*
"gritos mudos" do quotidiano...
que, um dia, têm de se libertar
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