One face among the many, I never thought you cared.

Planets crashing into dust [ *BUM!* ... * splash * there the ocean's go.]

Sssh. Don't make any sound. Morremos. Morremos, tu e eu, morremos. Já não amamos. Já não vivemos, «nós» morreu, «nós» era feliz, julgava eu. Tenho tendência a recordar- NOS, mas NÓS só existe agora em sonhos. Nos meus, pelo menos. Já não sei o que é feito de ti... mas principalmente não sei o que é feito de «nós».

Que é feito de NÓS?

A minha tia Josefina perguntou por «nós» no outro dia. Eu disse-lhe que também não sabia, estava à espera que me ligasses a explicar onde é que ele se meteu. Afinal, foste tu que o perdeste. Foste tu que disseste NUNCA MAIS, e «nós» desapareceu. Mostrei-lhe o anel de brilhantes do «nós». É bonito. Sou eu que o guardo [Atirei-o pela janela ontem à noite].

Tens saudades do nós como eu tenho?
Que foi feito dele ?[redundâncias... não me responderás]

Trim, trim, trim...
lembras-te do som?

Eu ligava-te de noite, de madrugada, de manhã, raramente de tarde porque tu trabalhavas. Não dizia «amo-te» porque a nossa relação era muito mais forte do que «amo-te». «Nós» era selvagem. Não tinha civilização nem educação. Que saudades tenho eu do «nós»....

Tão bom amigo que era! Dava-me a mão, chorava comigo, beijava-me as pontas dos dedos, atirava-me com cereais secos ao cabelo e depois tirava-os com beijos, ria-se das minhas roupas, apertava-me pela cintura e eu nunca tinha cócegas, acendia velas e dispunha-as numa fila contínua no parapeito da varanda, uma vez desfiou-me a camisola de lã que a tiazinha fez para mim e depois enrolou os fios nos meus pulsos e prendeu-me ao cadeirão de madeira, levava-me à praia quando chovia, levava-me a ver os buraquinhos que os pingos faziam na areia e atirava com ela para os braços [RAIOS TE PARTAM, ENTENDES PORQUE «AMO-TE» NÃO ERA PARA NÓS?]

2 comentários:

Anónimo disse...

Deus, isto está incrivelmente uou. Uau.

Anónimo disse...

Dava-me a mão, chorava comigo, beijava-me as pontas dos dedos, atirava-me com cereais secos ao cabelo e depois tirava-os com beijos, ria-se das minhas roupas, apertava-me pela cintura e eu nunca tinha cócegas, acendia velas e dispunha-as numa fila contínua no parapeito da varanda, uma vez desfiou-me a camisola de lã que a tiazinha fez para mim e depois enrolou os fios nos meus pulsos e prendeu-me ao cadeirão de madeira, levava-me à praia quando chovia, levava-me a ver os buraquinhos que os pingos faziam na areia e atirava com ela para os braços

- Viciei-me nisto. E agora?

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