One face among the many, I never thought you cared.

I TOLD YOU SO

"Achas que ninguém vê", chora ela. Ela chora tanto. Sabias disso, pelo menos? Toda ela é medo, febre. Ar. É como um balão que enche, enche... só ar, nada mais. Vazio. "It hurt so bad!"
Ela dizia, Só ele é capaz de me fazer sorrir desta maneira!, suspirando. Riscava com giz os bancos de cimento e ansiava pelo fim do dia. O sol descia, ela amava-o. Tinha em si todos os desejos do universo. Ideias loucas, vadias, sem nome, tão perfeitas que poderiam ter sido forjadas por um vigarista profissional.
Disse-me que tinha saudades tuas. Disse-me que, na sua secretária, ela lembra-se de ti. Diz que sente o teu perfume no supermercado, na zona dos frios. Fica horas a falar comigo sobre a forma como lhe contavas todas as coisas que gostavas. Por vezes, ainda risca o banco, mas nada escreve. Estou a tentar convencê-la que tu não prestas, que nada podes fazer por ela a não ser trazer sofrimento. Mas ela não me ouve. Já lhe gritei, BURRA, aos ouvidos. Não resultou.


E doía infernalmente, porque um dia foste meu amante. Um dia, sim.

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